Cronologia

1946 - Artigo do jornalista Luso Ventura, então editor-chefe do jornal de Campinas "Correio Popular" começa a campanha na imprensa pela instalação de uma faculdade de medicina em Campinas. Luso escreveria mais de 200 artigos sobre o assunto, primeiro no "Correio Popular" e depois no "Diário do Povo".

1956 - Zeferino Vaz, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (fundada por ele em 1951), pronuncia-se contra a criação de uma faculdade de medicina em Campinas. A declaração teve impacto, porque estava, na prática, nas mãos de catedráticos da USP (por meio do seu Conselho Universitário) o principal instrumento para autorização do funcionamento de cursos superiores no Estado de São Paulo era o Conselho Estadual de Ensino Superior (futuro Conselho Estadual de Educação). Essa instituição evitava que um sem-número de criações de faculdades para agradar currais eleitorais saísse do papel, costume que começou no governo de Lucas Nogueira Garcez.

1958 - Lei 4.996/58 recria a Faculdade de Medicina de Campinas (havia sido criada antes, mas sem sair do papel), juntamente com outras em Catanduva, São José do Rio Preto e Botucatu. Mas, paralelamente, o governador anunciou uma comissão para analisar as condições específicas de cada cidade. A presidência da comissão foi, logo depois, confiada a Zeferino Vaz, que, em 1956, havia se pronunciado contra a instalação de um faculdade de medicina em Campinas.

1959 - A comissão criada por Jânio Quadros rejeita as pretensões de Campinas e dá parecer favorável a Botucatu, que ganha sua faculdade de Medicina.

1960 - O patologista Roberto Franco do Amaral, ao tomar posse na presidência da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, elege como prioridade número um da entidade a instalação de uma faculdade de Medicina em Campinas.

1961, dezembro - O governador Carvalho Pinto afasta Zeferino Vaz do caso da faculdade de Medicina e nomeia um seu antípoda político, o reitor da USP Antônio Barros de Ulhoa Cintra, para chefiar um novo grupo de trabalho com a missão de estudar a criação de um núcleo universitário em Campinas.

28/12/1962 - Lei Estadual 7.655/62, que criou a Universidade Estadual de Campinas (UEC) e incluiu o Instituto de Física como uma de suas futuras unidades (Artigo 28, item II, letra "a"). O governador nomeia como primeiro reitor Cantídio de Moura Campos O curso de Medicina, o primeiro da UEC, foi autorizado a funcionar provisoriamente nas dependências de um hospital ainda em construção, a Maternidade de Campinas.

13/01/1963 - Assume o primeiro reitor da UEC, Cantídio de Moura Campos. Exerceu o cargo por oito meses, com a responsabilidade principal de promover a sua instalação.

23/08/1963 - Cantídio de Moura Campos é substituído na reitoria da UEC pelo cirurgião vascular MÁRIO DEGNI, supostamente ademarista.

31/03-01/04/1964 - Golpe militar depõe o presidente João Goulart.

09/04/1964 - Invasão da UnB por tropas do Exército de Minas Gerais,[vsites.unb.br] no mesmo dia da decretação do AI-1.

Aula inaugural de instalações da Faculdade de Medicina, no Teatro Municipal Carlos Gomes

Aula inaugural de instalação da Faculdade de Medicina, no Teatro Municipal Carlos Gomes (20/05/1963).

13/04/1964 - Decreto inicia a intervenção federal na UnB. O cargo de reitor é suspenso e Zeferino Vaz, então professor na Faculdade de Medicina Veterinária da USP, é nomeado reitor pro tempore. Ele seria confirmado no cargo em junho por uma eleição no Conselho Diretor.

1964, julho - Lançada a pedra fundamental da UEC num terreno doado pelo fazendeiro Caio Pinto Guimarães, numa gleba da Fazenda Santa Cândida. No ano seguinte, porém, o terreno seria rejeitado por Zeferino Vaz, que exercia as funções de reitor. Guimarães havia condicionado a construção da Cidade Universitária a um projeto já pronto do arquiteto Sérgio Bernardes. Alguns anos mais tarde, seria ali construído o campus da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

1965 - Honório Monteiro, professor de direito da USP, membro do Conselho Estadual de Educação, recomenda a extinção da UEC, argumentando que ela não existe como universidade, pois a lei exige um mínimo de cinco unidades para a autorização do funcionamento de uma universidade e a UEC só tinha uma.

1965, agosto - O Conselho Estadual de Educação, após gestões de Esther de Figueiredo Ferraz, decide que a UEC existe, ainda que em estado de organização, e propõe ao governador a constituição de uma comissão que a planejasse e organizasse. Esther e Oswaldo Miller da Silva sugeriram para a chefia da comissão o nome de Zeferino Vaz. Mas o parecer do Conselho também recomenda a extinção do cargo de reitor, já que a instituição estaria em processo de organização. Esse cargo seria atribuído ao presidente da comissão organizadora, Zeferino Vaz. O reitor Mário Degni renunciou ao cargo antes da sua exoneração.

09/09/1965 - Decreto assinado pelo governador de São Paulo cria uma comissão organizadora para a Universidade Estadual de Campinas e nomeia Zeferino Vaz seu presidente. A Comissão trabalharia até junho do ano seguinte.

13/09/1966 - Primeira reunião de Zeferino Vaz com empresários de Campinas, convocada, a pedido de Zeferino, pela seção local da Federação das Indústrias do Estado.

05/10/1966 - Lançada a pedra fundamental do campus da Unicamp em Barão Geraldo.

Cerimônia de lançamento <em>da pedra fundamental da Unicamp no campus de Barão Geraldo

Cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Unicamp no campus de Barão Geraldo; abaixado, o presidente da República, Humberto de Alencar Castelo Branco (5/10/1966).
Fonte: 35 anos Unicamp: Ciência e Tecnologia na Imprensa

19/12/1966 - Resolução CEE 46/66, que deu autorização para a instalação e o funcionamento do Instituto de Física, juntamente com os de Biologia, Matemática e Química e as Faculdades de Engenharia, Tecnologia de Alimentos, Ciências e Enfermagem.

22/12/1966 - Zeferino Vaz é nomeado reitor da Unicamp por decreto do governador Laudo Natel.

30/01/1967 - A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (criada Lei nº 3.895, de 7 de junho de 1957) é incorporada à Unicamp. Na mesma lei, era incorporada também a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Piracicaba, com o nome de Faculdade de Odontologia de Piracicaba (criada pela Lei nº 2.956, de 20 de janeiro de 1955). Pouco mais tarde, diante da reação da comunidade de Rio Claro, a anexação foi revertida. Porém, perguntados onde queriam ficar, os físicos de Rio Claro preferiram a Unicamp e acabaram se incorporando ao Instituto de Física. Entre eles estão Carlos Alfredo Argüello, Zoraide Argüello, Germano Braga Rego, Nicolau Januzzi, Eduardo Araújo Farah, Luiz Marco Brescansin, Jorge Rego Freitas, Sérgio Bianchini Bilac e Vólia Lemos. São agregados também mais dois outros professores, oriundos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA): João Martins e Raul Cavalheiro.

25/04/1967 - Primeira aula que consta no livro de registros do Instituto de Física da Unicamp, com o assunto "Introdução histórica à Óptica Clássica". O reitor pro tempore Zeferino Vaz chamou Marcelo Damy de Souza Santos para implantar o instituto. Este recrutou César Lattes, que foi para a Unicamp e levou sua linha de pesquisa e a colaboração do Brasil com o Japão na área de raios cósmicos. Seu grupo trabalhou no porão do atual Colégio Técnico de Campinas até 1970.

1967, julho - Apresentado pelo governo o Programa Estratégico de Desenvolvimento para 1968-70, que contém o primeiro programa nacional de política científica e tecnológica do Brasil.

O IFGW em 1971

O IFGW em 1971.

16/08/1968 - Inaugurado o primeiro edifício no campus de Barão Geraldo, que alojou provisoriamente o Instituto de Biologia (IB) e mais tarde a Administração.

10/09/1968 - A Faculdade de Filosofia, Ciências, Letras e Artes de Rio Claro é desvinculada da Unicamp, voltando a ser um Instituto Isolado de Ensino Superior. Seus professores e vários estudantes do curso de Física, entretanto, ficaram na Unicamp.

01/10/1968 - Instituição dos Centros Regionais de Pós-Graduação.

29/11/1968 - Decreto da Reforma Universitária.

13/12/1968 - Ato Institucional número 5 (AI-5), que reformou a Constituição e fechou o regime político.

1969 - O grupo de César Lattes observa o fenômeno mais energético do tipo bola de fogo já observado até hoje, chamado "Andrômeda". A descoberta reperture na imprensa nacional e internacional.

15/07/1969 - Primeira defesa de tese de doutorado do Instituto de Física da Unicamp, por Lais Pimenta de Moura, orientada por Marcelo Damy. Era sobre um método para a medida da atividade de radionuclídios.

1970, janeiro - Chegada de Rogério de Cerqueira Leite. Pouco depois, chegam José Ripper Filho e outros. Nos anos seguintes, chegarão vários ex-alunos de Sérgio Porto, que fundarão as equipes de laser, semicondutores e outras linhas de pesquisa. Entre eles, estão Nelson de Jesus Parada, José Busnardo Neto, Paulo Sakanaka e outros. Também chegam, no início da década, Carlos Rettori, Elion Vargas, Gaston Barbieri, Dimitrios Bozinis, Artemio Scalabrin e Daltro Pinatti entre outros.

1970 - Chegada de Daltro Pinatti no IFGW e fundação do grupo de baixas temperaturas.

31/03/1970 - Instalação efetiva do curso de pós-graduação do Instituto de Física da Unicamp, com a publicação no Diário Oficial do regulamento do Instituto para esses cursos.

14/08/1970 - Inaugurada a via de acesso asfaltada que liga o campus universitário a Barão Geraldo e o Instituto de Física da Unicamp.

15/08/1970 - Inauguração do novo prédio Instituto de Física, no novo campus em Barão Geraldo.

1971, agosto - A Unicamp concede o título de doutor honoris causa ao professor Gleb Wataghin, pioneiro da física no Brasil.

31/08/1971 - O nome do Instituto passa a ser Instituto de Física Gleb Wataghin.

Gleb Wataghin descerra a placa na cerimônia que deu seu nome ao Instituto da Física da Unicamp

Gleb Wataghin descerra a placa na cerimônia que deu seu nome ao Instituto da Física da Unicamp.
Fonte: 35 anos Unicamp: Ciência e Tecnologia na Imprensa

1971 - Chegada de José Ellis Ripper ao IFGW.

1971 - Rogério de Cerqueira Leite assume a direção do instituto e começa nova safra de contratação de pesquisadores, desta vez nos Estados Unidos.

23/11/1971 - Os cursos de mestrado e doutorado do IFGW são aprovados pela Comissão de Pós-Graduação do CNPq e o IFGW passa a ser classificado um dos Centros de Excelência em Pós-Graduação.

11/07/1972 - Criação da Telebrás pelo governo federal. Professores do IFGW vão conversar com seu presidente. Vendo que existiam pesquisadores dispostos a atuar na área das comunicações ópticas, a Telebrás decidiu investir inicialmente nos cientistas universitários ao invés de abrir um instituto de pesquisa próprio.

1972 - Chegada de Sérgio Porto à Unicamp. Ele vem após ter garantias do ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Veloso. Veloso aceitou satisfazer as condições especiais de trabalho que pediu: edificação própria para as pesquisas, US$ 2 milhões para aquisição de equipamentos, e uma equipe mínima inicial composta de 30 doutores selecionados por ele.

Sérgio Porto maneja um laser de argônio nos anos 1970.

Sérgio Porto maneja um laser de argônio nos anos 1970.

1972, novembro - Zoraide Arguello produz no IFGW os primeiros cristais semicondutores da América Latina.

1973 - Chegada de Stephenson Caticha Ellis ao IFGW e início dos trabalhos com Cristalografia.

1973 - A Telebrás assina os três primeiros contratos com universidades: PUC-RJ (na área de antenas); Unicamp (Projeto de Transmissão Digital, coordenado por Rege Scarabucci); Unicamp (Projeto Sistema de Comunicação por Laser, coordenado por José Ripper Filho).

1973 - Choque do Petróleo: aumento progressivo dos preços do petróleo pelos países produtores do Oriente Médio, em retaliação à ajuda do Ocidente a Israel na sua guerra contra os árabes; o Brasil passaria a intensificar os investimentos em estudos sobre novas fontes de energia, o que influenciaria a formação de vários grupos de pesquisa no IFGW.

Equipe inicial do Projeto Fibras Ópticas.

Equipe inicial do Projeto Fibras Ópticas.

1974, janeiro - Novo contrato com a Telebrás, que somava o Sub-Projeto Fibras Ópticas ao Projeto Sistemas de Comunicação por Laser, ainda sob coordenação de Ripper.

15/03/1974 - Toma posse da presidência da República Ernesto Geisel, que dá início à abertura política do regime.

1974 - Chegada efetiva de Sérgio Porto à Unicamp.

1974 - Chegada de Paulo Sakanaka à Unicamp e fundação do grupo de plasmas.

1975 - Chegam ao IFGW John David Rogers, que inicia os estudos em física de superfícies, e Marcus Zwanziger, que começou as investigações sobre o hidrogênio como combustível.

13/12/1975 - Primeira cirurgia oftalmológica a laser do Brasil, feita por uma equipe de físicos e médicos da qual faziam parte Sérgio Porto e outros de seu grupo.

1976 - Criação do CPqD.

1976 - Reconhecimento, pelo Ministério da Educação, do curso de Licenciatura em Física, além dos de Química, Matemática, Ciências Sociais e Ciências Biológicas da Unicamp.

11/09/1976 - Inauguração do prédio atual do Departamento de Eletrônica Quântica.

1977, abril - Puxamento da primeira fibra óptica brasileira.

Chegada dos primeiros equipamentos de fibra óptica no Departamento de Eletrônica Quântica, em 1976.

Chegada dos primeiros equipamentos de fibra óptica no Departamento de Eletrônica Quântica, em 1976.

1978 - A inauguração de vários pavilhões ampliou a estrutura física da Universidade (Cirurgia Experimental, Engenharia, Física, Química, Matemática, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Centro de Computação, Codetec, Genética, Biblioteca Central e outros).

15/04/1978 - Zeferino Vaz deixa de ser reitor da Unicamp com sua aposentadoria compulsória. Passou a presidir a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp).

1979 - Início das pesquisas em conversão de energia solar em elétrica, com Ivan Chambouleyron.

1980 - Início das pesquisas com plasmas térmicos no Brasil, no IFGW, com Aruy Marotta.