
O Instituto de Física Gleb Wataghin começou suas atividades em 1967 e desde então tem sido um centro de excelência em pesquisa, ensino e extensão, reconhecido como um dos melhores do país e dotado de pesquisadores com trabalhos de impacto internacional.
Seus cursos de graduação estão sempre referenciados entres os melhores da América Latina e a pós-graduação do IFGW vem obtendo nota máxima (7) da avaliação da Capes em todas as avaliações recentes.
Praticamente todas as teses de doutorado defendidas no Instituto se revertem em várias publicações em revistas de circulação internacional.
O Instituto tem também se destacado tanto na pesquisa básica como na aplicada, tendo tido papel fundamental em desenvolvimentos tecnológicos do país, como no caso das Comunicações Ópticas. Dezenas de empresas de alta tecnologia foram geradas a partir dos quadros do IFGW.
O IFGW é formado por quatro Departamentos:
Por que o Instituto de Física da Unicamp chama-se Gleb Wataghin?
Porque Gleb Wataghin (1899-1986) - nascido na atual Ucrânia e que chegou na Universidade de São Paulo (USP) em 1934 vindo da Itália - é considerado o pai da pesquisa em Física no Brasil. As razões são muitas. Primeiro, por ter introduzido aqui o conhecimento e o ensino sobre relatividade e física quântica. Segundo, por ter tido contribuição fundamental para o estabelecimento no país da pesquisa sistemática em Física, a partir dos anos 1930, que até então estava restrita a casos isolados e sem nenhum apoio institucional. Primeiramente na área dos raios cósmicos e, logo depois, na física nuclear, áreas em efervescência na época.
Isso envolvia não só formação de pessoal e mudanças de mentalidade, mas também a construção dos equipamentos necessários para as pesquisas, que aqui não existiam. Para isso, contou com o auxílio de diversos orientandos seus, como Marcelo Damy de Souza Santos e Oscar Sala, que construíram os primeiros aparelhos de pesquisa na USP sob sua orientação. Pouco depois, os dois construíram também os primeiros aceleradores de partículas do país e o primeiro reator nuclear.

Terceiro, pelo enorme impacto dos seus orientandos nas pesquisas e no desenvolvimento institucional do país, tanto por sua capacidade de pesquisa de ponta e de transformá-la em desenvolvimento tecnológico, quanto pela habilidade em articular a política científica e em administrar as instituções científicas e garantir sua autonomia e mesmo sua existência em períodos conturbados da ditadura militar (1964-1985), como aconteceu com a SBPC sob a direção de Oscar Sala.
Formou pessoas que estão entre os maiores cientistas do país, como Mário Schenberg, Marcelo Damy de Souza Santos, Oscar Sala, Roberto Salmeron, Jaime Tiomno e vários outros. Esses pesquisadores, por sua vez, passaram para a frente o legado de Wataghin e a geração seguinte contou também com nomes de grande impacto, como César Lattes (considerado o maior físico do Brasil) e José Goldemberg. O próprio IFGW foi constituído - seus prédios e suas pessoas - sob a liderança de um dos alunos de Wataghin, Marcelo Damy de Souza Santos.
Saiba mais sobre Gleb Wataghin:
Artigo sobre Gleb Wataghin por Roberto Salmeron - Revista de Estudos Avançados da USP, vol. 16, nº 44, jan.-abr. 2002
Biografia de Gleb Wataghin por Enrico Predazzi, do Departamento de Física Teórica da Universidade de Turim, Itália.
Depoimentos de Gleb Wataghin em 1975 feita por Cylon Gonçalves da Silva, no projeto "História da Ciência do Brasil" (1975-1978), coordenado por Simon Schwartzman (em PDF).
E-book "Selected papers Gleb Wataghin", com 149 dos 156 trabalhos publicados por ele