As pesquisas do IFGW distribuem-se por quase todas as áreas da Física, da Cosmologia e Astrofísica à Física Quântica, do desenvolvimento de novas tecnologias aos combustíveis alternativos, da Biofísica e Física Médica à Nanociência.

Há um certo equilíbrio entre a física teórica e a experimental, o que é um diferencial do Instituto, pois se afasta do padrão mais comum da pesquisa em Física no Brasil, que possui tendências mais fortes para as linhas teóricas.

É importante que os ingressantes no Instituto escolham as atividades que têm mais relação com os seus próprios perfis.

Laboratório de  Óptica

A física experimental pode ser muito atrativa para os estudantes que gostem de descobrir "como os aparelhos funcionam" e de melhorá-los ou criar novas funções mexendo com seus sistemas eletrônicos e ópticos. As pessoas com forte queda para computação podem se dar muito bem com as pesquisas teóricas que envolvem simulações computacionais e desenvolvimento de softwares. Quem se sente muito bem lidando com expressões matemáticas deverá gostar dos estudos teóricos analíticos com muitos cálculos "no papel".

Para os que preferem a física mais aplicada, há grupos com forte inclinação nesse sentido; para os que preferem investigar os fundamentos, há também diversas pesquisas básicas nessa linha. Os que possuem quedas interdisciplinares podem apreciar bastante as pesquisas em Biofísica e Física médica.

Independentemente de tudo isso, o estudante que quer seguir a carreira de físico deve apreciar o questionamento crítico, a observação da natureza e a busca do porquê das coisas e da solução de problemas e mistérios.

Este texto foi feito para dar uma orientação inicial às pessoas que queiram ingressar no Instituto de Física "Gleb Wataghin" e conhecer as pesquisas nele realizadas.


Pesquisas básica e aplicada

As pesquisas científicas são em geral divididas entre pesquisa básica e pesquisa aplicada.

Pesquisa básica

A pesquisa básica costuma investigar novos fenômenos físicos e seus fundamentos.

Pesquisa aplicada

A pesquisa aplicada utiliza o conhecimento da pesquisa básica para resolver problemas relacionados a aplicações concretas.

Assim, por exemplo, o desenvolvimento da mecânica quântica no início do século XX foi essencialmente pesquisa básica; mais tarde, nos anos 1950, esse mesmo conhecimento foi usado de forma aplicada para desenvolver o início da microeletrônica.

Essa divisão não é estanque; há diversos casos que possuem simultaneamente elementos de pesquisas básica e aplicada. Muitos grupos de pesquisa aplicada precisam eles mesmos fazerem agumas investigações mais fundamentais para alcançarem seus objetivos; e vários grupos dedicados à pesquisa básica vez por outra encontram diante de si, como resultado de suas investigações, possibilidades importantes de aplicação e enveredam então por esse caminho.

No IFGW, os mestres e doutores são formados para trabalhar tanto com a pesquisa básica quanto com a aplicada.


Física experimental, teórica, computacional e instrumental

As pesquisas na Física também costumam ser divididas em experimentais e teóricas.

A validação de todo o conhecimento da Física acontece, em última análise, pela via da observação experimental. Dos experimentos podem sair achados fundamentais que podem implicar, num momento seguinte, em uma nova formulação teórica; eles também podem e são usados para validar e investigar os limites das teorias - eventualmente descortinando o que há além desses limites - e também para converter o conhecimento da pesquisa básica em aplicações.

Apesar dessa ascendência metodológica da física experimental, historicamente ela caminha em conjunto com a pesquisa teórica. Mesmo assim, descobertas fundamentais já foram feitas por meio de raciocínios puramente teóricos, como na Teoria da Relatividade Geral. A teoria transforma um conjunto consistente de observações específicas em conhecimento generalizável sobre a Natureza; e também explora extensivamente suas consequências lógicas, o que muitas vezes leva a novas descobertas - que, por sua vez, terão que ser confirmadas por experimentos, os quais testarão novos limites e assim por diante. Assim acontece a interação entre teoria e experimentos no avanço da Física.

A divisão teórico-experimental não é estanque. Há vários grupos que fazem pesquisa experimental em associação com a teórica, que se complementam e se autoalimentam. Por outro lado, há também vários casos de grupos teóricos que interagem intensamente com grupos experimentais, escrevendo artigos conjuntamente sobre o mesmo assunto e pesquisando de forma complementar e articulada. Há diversos casos assim dentro do IFGW.

Há algumas subdivisões nessas duas vertentes. A seguir, um esquema mais detalhado.

Pesquisa em física experimental

Pesquisa em física experimental

A pesquisa em física experimental envolve lidar com a operação e a adaptação de aparelhos de precisão, o que envolve muita eletrônica, óptica e, eventualmente, desenvolvimento de softwares de computador. Os equipamentos muitas vezes têm que ser adaptados continuamente para as diversas investigações que se deseja fazer. Estudantes que se sentem mais à vontade com experimentos do que com cálculos teóricos extensos podem se dar bem nesta área.

Pesquisa em instrumentação

Alguns grupos, em certas fases de sua existência, dedicam-se primordialmente à construção de novos aparelhos, para então poderem realizar pesquisas além das que já eram capazes de fazer. Esse tipo de atividade é chamada "instrumentação" e é também uma parte fundamental da pesquisa em física. Estudantes que gostam muito de lidar com sistemas eletrônicos e aparelhagem em geral podem se dar bem nesta área.

Pesquisa em instrumentação
Pesquisa teórica computacional

Pesquisa teórica computacional

Na parte teórica, atualmente está se distinguindo uma terceira parte, computacional, na qual simulações de fenômenos físicos em computador possuem elementos de trabalho experimental (os experimentos são "substituídos" pelas simulações). Assim, acabam se caracterizando como um estágio intermediário entre as duas grandes vertentes. Essa área de simulações computacionais envolve cálculos bastante longos em computadores, muitas vezes envolvendo máquinas do Centro de Processamento de Alto Desempenho (Cenapad) da Unicamp. Essa atividade também envolve muito desenvolvimento e aperfeiçoamento de softwares computacionais. Estudantes que gostam muito de computação podem se dar bem nessa área.

Pesquisa teórica analítica

O outro tipo de pesquisa teórica é comumente chamada "analítica". Esta também usa computadores, mas não para fazer simulações pesadas. Envolve, em geral, cálculos "no papel", seguidos do uso de computadores para encontrar resultados numéricos. Estudantes que gostam muito de lidar com expressões matemáticas podem se dar bem nessa área.

Pesquisa teórica analítica

Temas de pesquisa

Dentro das diversas linhas de pesquisa, há alguns temas mais amplos que são investigados por vários grupos de diferentes departamentos.

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Visão geral dos grupos de pesquisa

Panorama geral das diversas linhas de pesquisas investigadas por vários grupos do IFGW, de diferentes departamentos, com diferentes enfoques.

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