História do IFGW

Vista aérea parcial do campus da Unicamp em Barão Geraldo no início dos anos 1970 e em 18/08/2004

Vista aérea parcial do campus da Unicamp em Barão Geraldo no início dos anos 1970 e em 18/08/2004, de ângulos semelhantes. Vê-se o Instituto de Física dentro do retângulo laranja
Acervo Histórico do Arquivo Central/Siarq

O Instituto de Física Gleb Wataghin foi instituído em dezembro de 1966 e começou suas atividades no início do ano seguinte. Este texto pretende elucidar como as primeiras linhas de pesquisa começaram. A maior parte das pesquisas atuais têm suas origens ligadas de uma forma ou de outra a essas primeiras linhas, às vezes após mudanças drásticas de rumos ou grandes diversificações de interesses.

Entre os resultados de mais visibilidade obtidos pelos pesquisadores do IFGW durante sua história, podem ser citados:

  • Em 1972, foram produzidos no Instituto os primeiros cristais semicondutores da América Latina.
  • No IFGW foi obtida a primeira amostra de nióbio de alta pureza do Brasil; as pesquisas relacionadas com ele no Instituto produziram no know-how necessário para a formação do centro de tecnologia do nióbio em Lorena e permitiram que o país se tornasse o maior produtor do mundo desse metal.
  • Também no início dos anos 1970, iniciaram-se as pesquisas sobre fibras ópticas, graças às quais o Brasil é hoje produtor e exportador desse dispositivo.
  • Várias linhas de pesquisa, em especial as relacionadas às fibras ópticas, produziram diversas empresas tecnológicas nas proximidades de Campinas e contribuíram grandemente para que a cidade se tornasse um pólo de alta tecnologia.As pesquisas em comunicações ópticas também tiveram papel fundamental na formação da rede Kyatera e do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CePOF).
  • Em 1975, uma equipe médicos e de físicos do IFGW, formada por Sérgio Porto, realizou a primeira cirurgia oftalmológica a laser do país.
  • A partir do mesmo ano, a equipe de César Lattes começou a observar nos raios cósmicos eventos altamente energéticos ditos "exóticos" (como o Centauro), que ainda não possuem explicação consensual.
  • Em 1982, começaram a ser produzidas no IFGW as primeiras células solares da América Latina.
  • Desde os anos 1980, um grupo de teoria e história da ciência tornou-se uma das referências nacionais no assunto.
  • Em 1990 e 2000, pequisas sobre o hidrogênio como combustível levaram à construção de dois protótipos de carro a hidrogênio.
  • Ainda nos anos 1990, cientistas do IFGW ligados à física do estado sólido, em especial à cristalografia, tiveram papel importante na construção do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).
  • Desde a mesma década, pesquisadores do IFGW têm participação fundamental na organização da seção sul do Projeto Pierre Auger, voltado à pesquisa sobre raios cósmicos ultraenergéticos.
  • Nos anos 2000, cientistas do IFGW em conjunto com pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp lideraram a formação da Cooperação Interinstitucional de Apoio a Pesquisas sobre o Cérebro (CinAPCe), voltada principalmente ao estudo da epilepsia sob o ponto de vista da neurofísica.

Nos últimos 20 anos, as áreas de pesquisa acompanharam a evolução das pesquisas no mundo e se expandiram para temas como a nanociência, sistemas fortemente correlacionados e a biofísica, tendo surgido vários grupos ligados a essas áreas.

O texto a seguir está dividido em duas partes. Primeiro, um resumo das origens do IFGW, cobrindo até o ano de 1972; depois, uma história estendida de sua formação e evolução até 1980.