O trabalho “Dosimetric Evaluation of Radionuclides for VCAM-1-Targeted Radionuclide Therapy of Early Brain Metastases” faz parte do doutorado da aluna Liset de la Fuente Rosales, orientada pelo Prof. Mario Bernal, e foi recentemente publicado na revista Theranostics, com índice de impacto de 8.766. A pesquisa foi desenvolvida conjuntamente com o “Experimental Radiation Therapeutics Group” do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford. Pesquisadores do Agnes Scott College, nos Estados Unidos, e da Normandie Université, na França, também participaram do trabalho.
Muitos tumores em humanos produzem metástases cerebrais, como os de pulmão e mama. Nos últimos anos, vem se desenvolvendo uma área conhecida como “targeted radionuclide therapy”, na qual isótopos radioativos são usados para marcar uma molécula ou anticorpo específico que se adere a certo tipo de câncer. Esses isótopos, além de tratar as células cancerígenas, emitem fótons suficientemente energéticos que podem ser detectados desde fora do paciente. Dessa forma, o tumor pode ser tratado com radioterapia enquanto imagens da região tratada podem ser feitas. Essa combinação de tratamento e diagnóstico simultâneos é conhecida como “theranostics”.
No trabalho publicado, um modelo experimental de metástase cerebral em estádio inicial foi desenvolvido é usado conjuntamente com um modelo biofísico computacional, para testar a eficácia de vários isótopos radioativos no tratamento deste tipo de doença. O modelo biofísico simula a interação da radiação ionizante com um modelo do DNA usando o método Monte Carlo. Esse método permite estimar a efetividade biológica das partículas emitidas por diferentes isótopos radioativos que possuem complexos esquemas de decaimento. O trabalhou focou-se no uso dos isótopos 177Lu e 212Pb, beta e alfa emissores, respectivamente. Esses isótopos seriam usados para marcar um anticorpo monoclonal específico para a molécula VCAM-1, a qual é sobre-expressada pelas células da parede de vasos capilares quando são atacadas por células cancerígenas metastáticas. Introduzindo esse anticorpo marcado na corrente sanguínea do paciente, a metástase cerebral poderia ser tratada em seu estágio inicial. O 212Pb, um emissor alfa, mostrou-se ser o mais eficaz pois consegue produzir quase 1000 vezes mais danos no DNA por decaimento do que o 177Lu, um emissor beta.
O trabalho completo poder ser encontrado em http://www.thno.org/v08p0292.htm