Autor: Luciene Santos Telli

A professora Patrícia Camargo Magalhães vai receber apoio nanceiro do Instituto Serrapilheira para suas pesquisas que focam no estudo da assimetria em matéria e antimatéria no experimento LHCb, no CERN. Ela está no grupo de 16 jovens cientistas que tiveram seus projetos selecionados pela instituão em dois editais que, juntos, totalizam um investimento de R$ 7,4 milhões. Cada projeto receberá um montante entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, a depender da estrutura de pesquisa exigida, para ser usado em cinco anos.

A conquista da professora Patrícia Magalhães é motivo de grande orgulho para o IFGW. O nanciamento da Fundação Serrapilheira reconhece não apenas a excelência de sua pesquisa sobre a assimetria matéria-antimatéria, mas também o potencial transformador do trabalho realizado por nossos jovens cientistas, diz o diretor do IFGW, prof. Marcos César de Oliveira. Esse apoio reforça o papel central do IFGW na fronteira da física de partículas e na formação de pesquisadores que contribuem ativamente com colaborações internacionais de altíssimo nível, como é o LHCb, completa o diretor.

O Serrapilheira é uma instituão privada, sem ns lucrativos, que tem por missão promover a ciência. É o oitavo ano que o Instituto lança editais de apoio a pesquisas, investindo em projetos que tenham propostas ousadas e arriscadas, com potencial de serem inovadoras em sua área de atuação.

O projeto de Patrícia prevê a contratação de pós-docs e bolsistas. A exibilidade no uso dos recursos anima a pesquisadora.Podemos usar da forma como melhor nos atende, conforme os rumos da pesquisa, observa. O Serrapilheira também prevê bônus diversidade de R$ 100 mil a R$ 200 mil aos pesquisadores que incluírem, em suas equipes, pessoas de grupos sub-representados. Eu gostaria e pretendo usar o bônus diversidade, adianta Patrícia.

 

A pesquisa

A assimetria é uma das sete maiores perguntas da Física, diz a pesquisadora. Ela explica que, quando houve o Big Bang, o fenômeno apontado como da origem do universo, surgiram as partículas e as antipartículas, ou a matéria e a antimatéria. Para cada partícula há uma antipartícula, com propriedades idênticas e carga elétrica opostas, entre outras características. Em quantidades iguais, elas se aniquilam quando colidem o que provam os experimentos feitos em laboratório. Mas, por razões ainda desconhecidas,mais matéria no universo do que antimatéria, a chamada assimetriaO fato de termos evoluído para um universo assimétrico é o que explica estarmos aqui hoje, observa Patrícia, se referindo ao mundo material tal como o enxergamos.

Patrícia explica que os cientistas observam assimetrias em laboratório que são maiores do que as previstas na teoria do modelo padrão de Física de partículas - que identifica as partículas básicas e como elas interagem entre si. Esse conflito é um problema em aberto, com uma parte da comunidade defendendo a necessidade de uma nova física e a outra, na qual se encontra o cerne da pesquisa, a busca por melhorar a teoria com a ajuda dos dados experimentais, observa a pesquisadora. Antes de defender uma nova física, precisamos buscar responder a essa dicotomia da assimetria, melhorando a teoria numa parte dela que é ruim, examina. Isso, de certa forma, vai na contramão do status quo no mundo cientíco segundo ela, daí o caráter inovador e ousado, que fez com que a pesquisa fosse uma das selecionadas pelo Serrapilheira.


Patrícia frisa que toda a observação vem sendo e continuará sendo feita a partir de experimentos em laboratório, no caso, no maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC), no CERN, em Genebra, na Suíça. Ela faz parte da colaboração LHCb (Large Hadron Collider beauty), experimento que tem a colaboração de cerca de 1.700 pessoas, entre cientistas, engenheiros e técnicos, de 22 países.

 

Física para Curiosos

E para quem quiser saber mais sobre o tema da pesquisa da docente, uma oportunidade é o próximo Física para Curiosos, previsto para 29 de agosto, onde Patrícia pretende abordar o tema Antimatéria. O evento será no Auditório do IFGW, às 19h.

 

 

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