Autor: Luciene Santos Telli

A aluna do IFGW Camila Massagardi Campos Pierobão teve seu pôster premiado no LIDINE 2024, realizado no Instituto Principia, em São Paulo, entre os dias 26 e 28 de agosto último. O evento, direcionado a pesquisadores de física nuclear e de partículas, contou com a presença de Ricardo Galvão, presidente do CNPq, e de Sylvio Canuto, coordenador geral de Ciências, Humanidades e Artes da FAPESP. Ambos participaram da abertura. 

O LIDINE é uma conferência internacional que acontece uma vez por ano para atualizar os pesquisadores sobre tecnologias de detectores baseadas em elementos nobres e suas aplicações, como matéria escura, oscilações de neutrinos, neutrinos solares e de supernova, entre outras. Nessa edição brasileira (a próxima será em Hong Kong), participaram da organização a Unicamp, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Universidade Federal de Alfenas, Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, Instituto Tecnológico de Aeronáutica e Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. A pesquisadora Ana Amélia Machado, do IFGW, liderou o comitê de organização local do evento. 

No total, 13 representantes de instituições de ensino e pesquisa apresentaram pôsteres e três foram premiados. A escolha foi feita por voto, de forma anônima, pelos participantes da conferência, que reuniu cerca de 60 pessoas, incluindo pesquisadores da Holanda, Itália, Estados Unidos e Espanha, segundo o professor Ettore Segreto (IFGW), um dos organizadores do evento pela Unicamp. Segreto explica que, para que um aluno tenha seu pôster bem avaliado, é preciso que ele atenda a três critérios: ter uma pesquisa bem desenvolvida, a capacidade de resumir, de forma gráfica, o trabalho realizado e saber explicar, de maneira clara, sua pesquisa e os resultados dela às pessoas da área que queiram mais informações a partir da leitura do pôster. 

“A Camila ficou 6 meses trabalhando no Fermilab em Chicago (EUA), no SBND (Short-Baseline Near Detector), que é um experimento de neutrinos, e deu uma contribuição importante no sistema de detecção do experimento”, observa Segreto. A aluna atuou, mais especificamente, na instalação e testes de funcionamento da APSAIA (ARAPUCA Power Suply And Input Amplifier), que é a eletrônica responsável pela leitura das X-ARAPUCAS - dispositivos idealizados e desenvolvidos na Unicamp por Segreto e Ana Amélia Machado, para aprisionar e detectar fótons provindos da interação de neutrinos em experimentos de argônio líquido, projeto que é financiado pela FAPESP e integra o megaprojeto “Deep Underground Neutrino Experiment” (DUNE). No período em que esteve no Fermilab, a aluna foi orientada por Ana Amélia e por Vinícius do Lago Pimentel, do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer. 

Jornada 

Camila Pierobão está no terceiro semestre da graduação em Física e classifica sua jornada na universidade como “nada convencional”: inicialmente, ela ingressou no curso de Engenharia de Alimentos, em 2008, mas trancou o curso para fazer Direito no Mackenzie, onde se formou em 2016. Na pandemia, se formou em Psicanálise. “Mas eu sempre amei Exatas porque é a língua com que a Natureza se revela para nós e então voltei à Unicamp, para fazer o que a maturidade me mostrou que era o que eu sempre quis de verdade: entender a estrutura do nosso Universo”, revela a aluna  

Foto: Divulgação

A aluna Camila Pierobão com os pesquisadores Ana Amélia Machado (IFGW -Unicamp) e Vinícius do Lago Pimentel (CTI)

A aluna Camila Pierobão com os pesquisadores Ana Amélia Machado (IFGW -Unicamp) e Vinícius do Lago Pimentel (CTI)