Projeto Temático “Fenômenos Emergentes em Sistemas de Dimensões Reduzidas” divulga seus trabalhos
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Nos dias 25 e 26 de abril os professores e alunos que participam do Projeto Temático “Fenômenos Emergentes em Sistemas de Dimensões Reduzidas” se reuniram no anfiteatro do IFGW para a apresentação dos trabalhos que vêm sendo realizados sob a égide do projeto. Tendo sua sede no Instituto, o projeto é inteiramente financiado pela Fapesp – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo e seu coordenador geral é o Prof. Dr. Pascoal Pagliuso. O programa do evento foi estruturado de forma a contemplar palestras convidadas entremeadas com a apresentação de trabalhos específicos dos participantes do projeto.
Logo na abertura do evento o Prof. Dr. Pascoal deu as boas-vindas e agradeceu a presença de todos dizendo que é muito gratificante liderar pesquisadores tão eficientes e comprometidos com o avanço científico da área. Em seguida o Magnífico Reitor Prof. Dr. Marcelo Knobel, pesquisador associado do projeto, parabenizou a organização do Workshop e disse que a iniciativa de se promover um evento como este é de grande valia porque muitas vezes os pesquisadores trabalham em laboratórios vizinhos e não têm oportunidade de se inteirarem do trabalho dos colegas. Enfatizou a sua satisfação em pertencer a um projeto de pesquisas que tem um histórico tão importante de resultados “Eu era estudante de doutorado quando foi estabelecido o primeiro grupo de professores desse projeto, mas a partir do segundo eu já estava participando como professor”, enfatizou Marcelo. Comentou sobre a quantidade e a qualidade dos trabalhos publicados pelo grupo. “Esse caso mereceria ser objeto de estudo porque trata-se realmente de um grupo de excelência, com uma grande produção e de muita relevância que contribuem para o estado da arte das pesquisas ”. Comentou que se fosse feita uma análise dos fatores de impacto das produções do grupo nesses vinte anos certamente veríamos que a qualidade dos trabalhos aumentou sensivelmente. Mostrou seu contentamento ao ver a nova geração de estudantes ao lado dos pesquisadores experientes. “Estamos dando sequência na produção de novos e talentosos pesquisadores para a continuidade das pesquisas. Esse é o nosso maior legado”, comemorou Marcelo. Na sequência contou que, desde o início deste ano, é o editor-chefe do Journal of Magnetism and Magnetic Materials. “Faço a propaganda visando ter mais artigos do nosso grupo submetidos na revista. Claro que nesse caso não serei eu a pessoa a aceitar o artigo”, brincou. Apresentou dados sobre o crescimento do fator de impacto da revista nos últimos anos e sobre o número de artigos submetidos e aceitos para publicação. “Mais de três mil artigos são submetidos por ano e nosso índice de aceite é perto de 38%. A revista tem mantido esse índice nos últimos anos graças à colaboração de dezenas de editores associados. Espero conseguir aumentar o número de artigos de pesquisadores brasileiros na revista”, finalizou.
O primeiro palestrante convidado do evento foi o Prof. Dr. Luís Nunes de Oliveira, professor do Instituto de Física de São Carlos, da USP. Ele iniciou sua palestra dizendo que estava muito orgulhoso de ter sido convidado para o evento porque tem acompanhado o trabalho do grupo desde de quando foi da banca de doutorado do Prof. Pascoal. Com o título de “Propriedades de transporte de nanoestruturas semicondutoras” o professor colocou no contexto de escala de tempo os conceitos de como uma fotografia que foi tirada em 1839 nos ajuda a entender fenômenos que são medidos em laboratórios hoje em dia. Versou sobre os resultados experimentais de sua pesquisa comentando que ainda estão trabalhando em descrição teórica quantitativa para a explicar os fenômenos de transporte que ocorrem em nanoestruturas simples. Por fim discutiu as perspectivas de solução do problema apresentado. Os participantes puderam fazer perguntas, o que tornou a apresentação ainda mais proveitosa. O professor Luís agradeceu a organização do workshop pelo convite, finalizando a sua apresentação.
O Prof. Dr. Carlos Rettori, pesquisador principal do Projeto, apresentou a segunda palestra convidada do dia. Sendo um dos pesquisadores sêniores do grupo foi incumbido de apresentar a história do projeto. Comentou sobre os títulos dos projetos e a evolução dos estudos dos materiais nesses anos todos, apresentou seus coordenadores e investimentos feitos pela Fapesp destacando os diversos equipamentos que foram comprados com os recursos de modo a se conseguir uma infraestrutura de pesquisa de excelência comparada às melhores universidades do mundo. “Esse grupo se formou para estudar a Física Básica dos materiais e evoluiu juntamente com os materiais estudados, ou seja, passamos estudar, além da Física Básica, as aplicações dos materiais, acompanhando a evolução da Física da Matéria Condensada”, complementou. Mostrou toda a trajetória em termos quantitativos do grupo: número de artigos publicados, formação de recursos humanos e teses defendidas, investimento etc. A conclusão que se chega é que realmente trata-se uma trajetória de sucesso devido ao trabalho de tantos professores e alunos dedicados durante todo esse tempo “Somos persistentes. Trabalhamos duro e continuaremos assim”, incentiva Rettori. Em seguida fez a apresentação das pesquisas nas quais vem trabalhando “Upconversion in Y(RE)NaF4 nanoparticles”, discutindo resultados, mostrando gráficos, imagens e equipamentos que utiliza. Finalizou agradecendo a participação de todos os presentes dizendo se sentir orgulhoso por fazer parte dessa história.
Já na manhã do dia 26, o Prof. Dr. Antônio José Roque da Silva, do CNPEM, abrilhantou o evento com uma palestra muito interessante com uma visão geral sobre o Sirius. O professor comentou que os grupos de pesquisa do IFGW são usuários importantes e experientes do LNLS. “Estiveram envolvidos na história da construção do laboratório desde o seu início e ao longo dos anos sempre foram grandes colaboradores e incentivadores de tudo o que fazemos”, salientou. Segundo o professor essa divulgação que o LNLS se propõe a fazer é justamente para que novos pesquisadores e futuros usuários possam entender as novas oportunidades do Sirius. O professor agradeceu o convite e o apoio constante do IFGW ao projeto. Comentou que o site institucional do LNLS conta uma parte dedicada ao Sirius onde pode-se encontrar informações atualizadas sobre o status do projeto e as características e aplicações das novas linhas de luz. Assim, é muito bem-vinda a ajuda de professores ou pesquisadores na divulgação do projeto em suas andanças mundo a fora. “No site do CNPEM também se encontra toda a programação de cursos e treinamentos oferecidos para estudantes, além de informações sobre nosso programa de estágio”, observou. Durante a palestra o professor mostrou a evolução das fontes de Luz Síncrotron no mundo dizendo que o Sirius é um acelerador de quarta geração e será um dos mais modernos no mundo em termos do brilho da sua fonte de luz. Mostrou também as diversas aplicações em engenharia, medicina, biologia, agricultura, física e química nas quais o Sirius dará certamente uma contribuição científica extraordinária. Passou por todas as características das linhas que estarão disponíveis para utilização nos próximos anos. “A contribuição mais importante de um empreendimento científico desse porte, além da formação de cientistas e profissionais, certamente é o desenvolvimento da tecnologia para a sua construção. 85% de todos os equipamentos utilizados na construção do Sirius foram desenvolvidos por indústrias nacionais, gerando mão de obra especializada e muitos empregos para o país”, comemora. Por fim, o professor divulgou que no dia 29 de junho próximo ocorrerá o Programa Ciência Aberta, onde o CNPEM estará de portas abertas para receber os visitantes. Por fim, respondeu a perguntas e disse estar sempre disposto a comparecer a eventos do IFGW, reforçando essa importante parceria.
Como última palestra convidada tivemos o Prof. Dr. Iakov Kopelevitch, pesquisador principal do projeto. O professor faz parte dessa história desde o primeiro projeto temático e contou que acompanhou a evolução dos materiais e que estuda o grafite e grafeno desde muito antes de eles se tornarem tão populares como são hoje. “Depois do Prêmio Nobel concedido para a área, os estudos desses materiais começaram a chamar mais a atenção de todos, inclusive da mídia”. O professor entende que Workshops como esse, no qual os alunos podem assistir a palestras convidadas e também apresentar os seus trabalhos, enriquece os conhecimentos, amplia os contatos, tendo-se oportunidade de surgirem novas e profícuas colaborações. “É importantíssimo que o projeto promova esse tipo de iniciativa de vez em quando. Todos saem ganhando”, observa Iakov.
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