O artigo “Fe3O4@SiO2 Nanoparticles Concurrently Coated with Chitosan and GdOF:Ce3+,Tb3+ Luminophore for Bioimaging: Toxicity Evaluation in Zebrafish Model, dos professores do IFGW Marcelo Knobel (LMBT) e Diego Muraca (LMD) foi escolhido como capa da revista ACS Applied Nano Materials da edição de maio de 2019.

O artigo apresenta novos materiais magnéticos luminescentes, que são biocompatíveis para diferentes estudos na área de bionanotecnologia. Nanopartículas magnéticas a base de óxido de ferro são bons exemplos destes novos materiais. Como são nanométricas, podem ser utilizadas como transportadoras de fármacos, podendo ser simultaneamente detectadas por alguma técnica óptica. No trabalho foram utilizadas diversas técnicas, incluindo a síntese das nanopartículas, a caracterização por diferentes técnicas de magnetometria, diversas técnicas de avaliação de biocompatibilidade e toxicidade, análise de espectro de fotoemissão, técnicas de luz síncrotron, microscopia eletrônica de transmissão (imagem, EDS, difração de elétrons), entre outras. O Artigo foi fruto do projeto de pós-doutorado do bolsista CAPES-CNPEM (Latif Khan) sob supervisão do Dr. Diego Stefani Teodoro Martinez. Este trabalho foi desenvolvido na Divisão de Nanomedicina e Nanotoxicologia do LNNano, como atividade de pesquisa in-house (comentou o DR. D. Stefani). De fato, trata-se de um trabalho pioneiro no Brasil, fruto do esforço de integração entre o LNNano e LNLS, em colaboração com pesquisadores da USP e Unicamp.

A colaboração com Latif Khan se iniciou no final de 2015 com o objetivo de compreender o magnetismo e as propriedades ópticas de nanopartículas magnéticas com materiais fotoluminescentes tais como Térbio e Európio. “Acredito que o trabalho foi escolhido como capa da revista porque é uma pesquisa interdisciplinar que começa com síntese das nanopartículas, seus recobrimentos, estudos de biocompatibilidade e toxicidade. Trata-se de um modelo de material magnético fotoluminescente integrado. Este trabalho surge como continuação da tese de Doutorado do Dr. Latif Ullah Khan no IQ-USP sob orientação do professor Herni Brito”, esclarece o professor Diego.

Os estudos de mapeamento e imagem por fluorescência de raios X (SRF) coordenados pelo pesquisador Carlos Pérez do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) foram relevantes porque permitiram corroborar a possibilidade de se obter um sistema magnético-fotoluminescente. Nessa publicação foi apresentada pela primeira vez a localização e conservação (em composição) das nanopartículas em modelos biológicos (“Zebra-Fish”) por técnicas de luz síncrotron.

Para o professor Diego, a dificuldade principal foi desenvolver integralmente novos sistemas e testá-los como modelos reais. “Tivemos vários pontos críticos: garantir que as amostras obtidas não apresentavam toxicidade com as propriedades físicas desejadas, desenvolver e implementar os modelos biológicos para testar a biocompatibilidade e, por último e mais exaustivo do trabalho: garantir que as partículas não tivessem bio-modificação e também a sua localização no sistema biológico – Zebra-Fish no caso)”, explica o professor. Ainda segundo o professor Diego, sistemas magnéticos e ópticos para cultivos celulares podem eventualmente gerar patente de inovação.

Trata-se de uma pesquisa integralmente desenvolvida no Brasil, desde o seu planejamento até a sua conclusão com a publicação do artigo. Os grupos envolvidos foram: LNNano/CNPEM, IQ-USP, IFGW, LNLS/CNPEM, Departamento de imunologia (USP) e CENA (USP). “Foi de extrema importância termos acesso a facilidades multiusuárias como LNNano e o LNLS. Agradeço o apoio do então coordenador do LME, Jefferson Bettini”, conclui o professor.

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